Imagem: Sebastien Fritzon
Me deparei recentemente com um texto interessante escrito pelo filólogo Antônio Houaiss (1915-1999), no qual que ele estimava quantas palavras existiam nos séculos XIX e XX para designar profissões. Reproduzo:
“a divisão do trabalho físico e mental sofreu uma revolução; estima-se que, pela metade do século XIX, um vocabulário de em torno de 260 denotativos era suficiente para designar todas as ciências, artes, mesteres, profissões; pela metade deste século (o XX), um vocabulário mínimo de 24 mil designativos se fazia insuficiente para designar as ciências, subciências, superciências, metaciências, artes, subartes, transartes, profissões, especilizações, microespecializações” (…).
A pensata de Houaiss é de 1985 e está na obra “A Construção do Livro” (pág 20), de Emanuel Araújo.
É curioso imaginar como seria este placar hoje, neste início de século XXI, em pleno vigor da revolução permanente nas comunicações. Teremos mais profissões hoje do que no século passado? Ou se pelo contrário, ao nos transformarmos em ilhas produtivas, que, cada qual, precisa responder às mais diversas demandas, não tenhamos regredido na tal divisão do trabalho físico e mental (no sentido em que o indivíduo precisa desempenhar as mais diversas funções e recorrer a habilidades várias, “aglutinando” procedimentos antes separados)??