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A Internet e as mulheres no Brasil
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Pesquisa: uso de blogs cai entre jovens nos EUA
Imagem: Sebastian Fritzon
Para quem acompanha as tendências no uso da Internet, uma boa fonte é o Pew Research Center. Em uma recente pesquisa, o centro identificou uma queda no uso de blogs por adolescentes e jovens nos EUA, que migram para redes sociais.
Em 2006, 26% dos adolescentes usuários da Internet “blogavam”. O percentual caiu para 14% em 2009. Há quatro anos, 76% deixavam comentários em blogs de amigos, contra 52% no ano passado.
Os números para jovens entre 18 e 29 anos apontam para a mesma tendência.
Já entre adultos acima de 30, o uso de blogs subiu de 7% para 11% entre 2007 e 2009. Em todas as faixas etárias aumentou o uso das redes sociais, como Facebook, MySpace e Linkedin.
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Quanto custa o mesmo remédio em diferentes países?
Imagem: Sarah Nichols
Uma organização não-governamental holandesa chamada Health Action International (que defende o acesso mais barato a remédios) fez um teste interessante: levantou, no mesmo dia (30 de novembro de 2009), o preço de um antibiótico chamado Ciprofloxacin em farmácias de 93 países. Para tanto, usou uma rede de colaboradores. A iniciativa resultou em um mapa online (a interatividade não é das melhores, mas vale pela iniciaitva).
No Brasil, foi visitada uma farmácia em Pelotas (RS). Lá o antibiótico só não é mais caro do que na Colômbia e nos Estados Unidos – uma caixa com 500 mg saiu por US$ 106,46 (do laboratório original; quando é genérico cai para US$ 15,59). Em Pelotas, o preço está acima do praticado em 90 países pesquisados. O mesmo Ciprofloxacin – usado para tratamentos diversos — custa um terço do preço em cidades como Santiago do Chile (US$ 31,37 e US$ 1,48 quando genérico) e Barcelona (US$ 32,43 e US$ 7,56 para o genérico). Já em Goa, na Índia, paga-se menos de 50 vezes o preço brasileiro: US$ 1,89 e US$ 1,50 o genérico.
Se este tipo de informação valer para outros medicamentos, aí estará um bom assunto para a campanha eleitoral de 2010. Será que o preço do remédio no Brasil está entre os mais caros do mundo? Como se sabe, muita saúva e pouca saúde os males do Brasil são.
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Os americanos e o terrorismo em 2010
70% dos americanos acreditam ser provável que aconteça um atentado terrorista nos Estados Unidos nos próximos doze meses. O número – publicado na edição de 9 de janeiro da revista The Economist — é da empresa de pesquisas YouGov Polimetrix. O levantamento foi feito alguns dias depois do atentado fracassado a um avião da NorthWest Airlines que fazia a rota Amsterdã-Detroit.
Em abril de 2009 o receio em relação a atentados era de 51%.
A The Economist ressalta que o ano não começou bem para o presidente americano Obama, que encontra dificuldades para livrar-se do figurino de “presidente da guerra”. Além do atentado – que levou ao anúncio de novas medidas de segurança – há o envio, para breve, de mais soldados para o Afeganistão.
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O nosso bairro é sempre mais tranquilo
Imagem: Banksy
Conversando recentemente com uma socióloga especializada em segurança pública, ela me disse uma coisa curiosa. Tanto nas cidades brasileiras, como ao redor do mundo, as pessoas, nas pesquisas, sempre dizem que seu bairro é menos violento do que o restante da cidade. Uma das explicações é que olhamos nossa vizinhança com lentes de afetividade, favorecendo uma percepção benevolente.
Isto me fez lembrar como o noticiário sempre tem uma carga negativa grande – fatos positivos raramente são “notícia”. Talvez as pessoas sintam-se mais confortáveis ao perceber os perigos do mundo alhures, via TV ou jornais, lá no Afeganistão, na África ou…em qualquer lugar que não seja seu bairro.
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Violência no Rio, uma nota
Na próxima terça-feira (2 de junho), o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) divulga um estudo que mapeou os locais de moradia das vítimas de homicídio no Rio de Janeiro. Para quem estuda o tema, é para ficar de olho. Os pesquisadores produziram mapas mostrando os locais mais críticos da cidade. O material deverá estar em breve no site da instituição.
Convém lembrar que uma em cada quatro mortes por homicídio na cidade do Rio entre 2003 e 2006 foi de responsabilidade das forças policias (militar e civil). Quando um PM mata uma pessoa, o caso é classificado como “auto de resistência”. Abaixo, o triste placar das mortes de civis pela polícia no estado do Rio de Janeiro, classificadas como “autos de resistência” (dados do Instituto de Segurança Pública)
2007 (Gov Sérgio Cabral) – 1330
2006 (Gov Rosinha Garotinho) – 1063
2005 (Gov Rosinha Garotinho) – 1098
2004 (Gov Rosinha Garotinho) – 983
2003 (Gov Rosinha Garotinho) – 1.195
2002 (Gov Benedita da Silva) – 900
2001 (Gov Anthony Garotinho) — 592
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Pesquisa: como as diferentes gerações usam a Internet nos EUA
Imagem: ramsay stirling
Um estudo disponível online mostra que nos Estados Unidos os adolescentes são os que mais usam a Internet para jogos (81% o fazem) e download de música (51% têm este hábito); já a chamada geração Y (entre 18 e 28 anos) é a que mais lê blogs (41%), enquanto a geração X (entre 29 e 40) é a que mais usa a rede para procurar trabalho (59%) e agendar viagens (72% conectam-se para isto).
O levantamento ouviu 6403 pessoas, por telefone, entre outubro de 2004 e junho de 2005 (a pesquisa é um pouco antiga, mas interessante para captar tendências).
O estudo integra o site da Pew Internet & American Life Project, que parece ser bacana para obter informações sobre os hábitos do mundo online nos EUA. O “Project” (projeto) explora, segundo o site, “os impactos da Internet para crianças, famílias, comunidades, escolas (…)”.
O centro de estudos (cujo nome Pew refere-se a um ex-magnata da área de petróleo, já falecido) define-se como independente e sem fins lucrativos – e é bancado com dinheiro de doações (“charity”).
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Preconceito no Brasil – o que dizem as pesquisas?
Imagem: Iren Tarvid
Recentemente a Fundação Perseu Abramo, de São Paulo, divulgou os resultados de uma pesquisa que buscou detectar o nível de preconceito no País contra lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT).
Os resultados estão aqui, em texto de Gustavo Venturi, professor de sociologia da USP.
Em 2003, outra pesquisa da Fundação sobre racismo detectou que 87% dos entrevistados diziam que o Brasil é um país racista, mas apenas 4% admitiam, para si próprios, qualquer tipo de preconceito.
A partir deste “achado” — ou seja, de que as pessoas reconhecem o preconceito nos outros mas não em si próprias (fenômeno que aparece nos dois estudos) — um grupo de organizações da sociedade civil lançou uma campanha chamada Onde Você Guarda Seu Racismo?
Veja aqui o site (os spots para TV, disponíveis online, estão muito bem feitos).
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Emprego, Internet, McDonalds — o que dizem as pesquisas?
Uma pesquisa do Pew Research Center for the People & the Press mostrou que para 42% dos americanos o emprego é o principal problema econômico do país (foram entrevistadas 1303 pessoas); em julho do ano passado este índice era de 13%. Os tempos estão bicudos: 44% acreditam que passarão a ganhar menos em breve.
Freqüentemente citado pela revista The Economist, o Pew Research Center tem um site que é um prato cheio para quem gosta de pesquisas & números. Há de tudo. Alguns exemplos:
Uma pesquisa mostrou que entre jovens americanos (menos de 30 anos) a Internet já é o principal meio de obtenção de notícias (para 59% dos entrevistados), empatando com TV; já os jornais impressos estão em baixa: 40% dos americanos adultos (todas as faixas estarias) afirmam pegar notícias na Internet contra 35% nos jornais.
Outra pesquisa perguntou: você gostaria de morar em um lugar com mais McDonalds ou mais Starbucks (rede de cafés)? Homens, que se definem como conservadores e têm renda mais baixa preferem Mc Donalds; mulheres, com perfil liberal, vão de Starbucks.
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Violência: moradores de favela estão encurralados
Imagem: Henrique Manreza — Policiais da Tropa de Choque em ação na favela de Paraisópolis (SP), fevereiro de 2009
Algumas reflexões sobre favelas e violência:
1 — Nos anos 1980 dei aulas de alfabetização na favela Jardim Colombo, zona sul de São Paulo. Recentemente voltei à favela para, duas décadas depois, tentar reencontrar antigos alunos – acabei localizando apenas um. Escrevi uma matéria, que saiu na Caros Amigos.
Senti que o que mais mudou de lá para cá, foi a questão da violência. Tive medo. O crime (organizado ou não, não sei) está presente e é uma ameaça constante aos moradores; do outro lado a Polícia, que em suas operações confunde favelados (especialmente os mais jovens) com criminosos. Situação difícil.
2 – Em 2005 esteve no Rio de Janeiro a antropóloga americana Janice Perlman. Desde 1999, Perlman dedicou-se a encontrar as 750 pessoas que ela entrevistara em 3 favelas do Rio (Catacumba, Nova Brasília e loteamentos em Duque de Caxias) nos anos 1960 — e que renderam o livro O Mito da Marginalidade, um clássico da antropologia urbana no Brasil.
Ela conseguiu rever 307 dos entrevistados originais. Mas – contou a este jornalista – não conseguiu pesquisar em algumas áreas, sentiu-se insegura. Uma das impressões dela é que as favelas – por conta do narcotráfico e da violência – tornaram-se realmente lugares perigosos, o que não acontecia antigamente.
3 – Entre 2005 e 2007 o Instituo Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (IUPERJ) e Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (IBASE) entrevistaram, em grupos focais, 150 moradores de favelas cariocas. O objetivo era captar as percepções e relatos de moradores de favelas sobre a violência e a insegurança em suas comunidades. Uma das conclusões é que os moradores vivem uma situação de “asfixia”.
Sobre o tráfico, diz o relatório da pesquisa: “Ainda que boa parte dos moradores possa ter crescido junto ou ser parente ou conhecido próximo de traficantes, não é verdade que eles sejam coniventes ou que protejam os bandos de criminosos. Eles lamentam e criticam a eventual participação de parentes e conhecidos nessas atividades, porém não têm condições de evitar a convivência, que é forçada e não desejada”.
Sobre a polícia: “Os moradores fazem duras críticas à atuação da polícia nas favelas em função do caráter indiscriminado das “operações”, que não distinguem “pessoas de bem” de “marginais” (…) São recorrentes e intensas as reclamações quanto às diferenças de tratamento no “asfalto” e na “favela”, o que é atribuído aos estereótipos e preconceitos contra os favelados. Basicamente, os moradores criticam a atuação da polícia por não respeitar as diferenças e hierarquias da ordem social local, com faz “no asfalto”.
Interessados nesta pesquisa e na matéria publicada em Caros Amigos podem solicitar a este blog, que envio.
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