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A Internet e as mulheres no Brasil

Pesquisando recentemente sobre o uso da Internet no Brasil me deparei com os números oficiais da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) do IBGE, de 2008. Para quem precisa de dados confiáveis, aqui segue o link.
É interessante notar que nas regiões Norte e Nordeste do país, as mulheres acessam a Internet tanto quanto os homens. No Norte, 27,6% das mulheres acessaram a rede nos 3 meses anteriores à pesquisa; entre eles, o índice é de 27,4%. Já no Nordeste, 25% das mulheres acessaram a rede, contra 25,2% dos homens.
Já no Sudeste, 42,1% dos homens acessam a rede, contra 38,6% das mulheres; e no Sul, 39,9% dos homens acessam, contra 37,6% das mulheres.
Ou seja: embora o acesso no Norte/Nordeste seja mais baixo, a Internet é relativamente mais importante para as mulheres (estão em pé de igualdade, digamos assim) naquela região.
E as mulheres são mais sérias também. Se ambos os sexos acessam a Internet principalmente para se “comunicar com outras pessoas”, entre os homens a segunda opção é por “lazer”. Já entre as mulheres, o segundo motivo do acesso é por “educação e aprendizado”.
Enfim, números.

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Suécia, uma nota

(Imagem: Ricardo Carioba)
Um amigo sueco me contou uma história que ilustra bem a crise dos jornais impressos no mundo.

O Helsingborgs Dagblad, HD, quinto jornal da Suécia, decidiu entregar exemplares grátis nas casas de não-assinantes. A campanha promocional começou numa segunda-feira pela manhã e foi suspensa na seqüência. Motivo: centenas de pessoas ligaram para o jornal reclamando que haviam recebido uma massa de papel às suas portas – e que não queriam a  obrigação de levar o material para a reciclagem.

Parece haver mais nessa crise dos jornais do que a mera concorrência com a Internet….

E isto me lembrou uma informação que li no livro O Reino e o Poder – Uma História do New York Times, do jornalista e escritor americano Gay Talese. Ele conta que em 1967 (eram tempos áureos) a edição dominical do New York Times pesava entre 2 e 3 quilos, com tiragem de 1,6 milhão de exemplares. (na pagina 453)
Ou seja: em apenas um domingo, o NTY poderia circular nada menos do que 4.800 toneladas de papel.
De arrepiar qualquer sueco!

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Pesquisa: uso de blogs cai entre jovens nos EUA

Imagem: Sebastian Fritzon

Para quem acompanha as tendências no uso da Internet, uma boa fonte é o Pew Research Center. Em uma recente pesquisa, o centro identificou uma queda no uso de blogs por adolescentes e jovens nos EUA, que migram para redes sociais.

 Em 2006, 26% dos adolescentes usuários da Internet “blogavam”. O percentual caiu para 14% em 2009. Há quatro anos, 76% deixavam comentários em blogs de amigos, contra 52% no ano passado.

 Os números para jovens entre 18 e 29 anos apontam para a mesma tendência.

 Já entre adultos acima de 30, o uso de blogs subiu de 7% para 11% entre 2007 e 2009. Em todas as faixas etárias aumentou o uso das redes sociais, como Facebook, MySpace e Linkedin.

 O estudo pode ser acessado aqui (em inglês).

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Quanto custa o mesmo remédio em diferentes países?

Imagem: Sarah Nichols

Uma organização não-governamental holandesa chamada Health Action International (que defende o acesso mais barato a remédios) fez um teste interessante: levantou, no mesmo dia (30 de novembro de 2009), o preço de um antibiótico chamado Ciprofloxacin em farmácias de 93 países. Para tanto, usou uma rede de colaboradores. A iniciativa resultou em um mapa online (a interatividade não é das melhores, mas vale pela iniciaitva).

No Brasil, foi visitada uma farmácia em Pelotas (RS). Lá o antibiótico só não é mais caro do que na Colômbia e nos Estados Unidos – uma caixa com 500 mg saiu por US$ 106,46 (do laboratório original; quando é genérico cai para US$ 15,59). Em Pelotas, o preço está acima do praticado em 90 países pesquisados. O mesmo Ciprofloxacin – usado para tratamentos diversos — custa um terço do preço em cidades como Santiago do Chile (US$ 31,37 e US$ 1,48 quando genérico) e Barcelona (US$ 32,43 e US$ 7,56 para o genérico). Já em Goa, na Índia, paga-se menos de 50 vezes o preço brasileiro: US$ 1,89 e US$ 1,50 o genérico.

Se este tipo de informação valer para outros medicamentos, aí estará um bom assunto para a campanha eleitoral de 2010. Será que o preço do remédio no Brasil está entre os mais caros do mundo? Como se sabe, muita saúva e pouca saúde os males do Brasil são.

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Site de emprego: se clicar “branca”, salário sobe

Imagem: Sebastian Fritzon

A Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho, do governo de São Paulo, mantém um site chamado Termômetro Nacional do Emprego. A ideia é ajudar a pessoa a saber quais suas chances no mercado de trabalho por meio de um formulário online.

 Uma amiga, que é negra, resolveu fazer um teste. Ao preencher o formulário, ela descobriu que uma mulher com ensino superior completo, solteira e sem filhos pode esperar ganhar entre R$ 659,00 e R$ 1.461,00, se for branca. Já uma mulher na mesma situação, só que negra, deve baixar suas expectativas para um salário entre R$ 590,00 e R$ 1.309,00.

Minha amiga ficou vexada. Acha que começar uma busca por trabalho assim, desanima.

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Campanha contra mudanças climáticas

 

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Está no ar uma iniciativa em defesa do meio ambiente que pretende realizar o maior abaixo-assinado de todos os tempos. Trata-se da campanha Tic-Tac-Tic-Tac (referência ao ponteiro de relógio) que organizações ambientais como WWF e Greenpeace já levam adiante em vários países – e que no Brasil ganhou impulso no último dia 29 de agosto, data que marcou 100 dias para a Conferência do Clima de Copenhague.

Para resumir: a ideia é entregar assinaturas colhidas eletronicamente para os líderes mundiais que estarão na Conferência, pedindo medidas concretas contra as mudanças no clima. Por aqui, a iniciativa ganhou o nome de:  Campanha Brasileira de Ações para a Proteção do Clima.

Para quem gosta de assinar petições, é uma boa, mas é necessário cadastrar-se; veja aqui.

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Imprensa na berlinda

 

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Imagem: Yumi shimada/ym 

Para quem se interessa pelo estado atual da imprensa no mundo, recomendo o artigo da jornalista Argentina Inês Haya, publicado no blog ODiario.Info (que tem entre seus editores o experiente jornalista e escritor Miguel Urbano Rodrigues).

Ela traz uma lista de diversos jornais que faliram – ou estão em sérias dificuldades – nos Estados Unidos, mas também Espanha e Argentina.

Para se ter uma idéia:

O grupo que edita o El Pais (principal jornal espanhol) perdeu 95% de seu valor de bolsa – uma ação vale menos do que um exemplar do jornal; seu concorrente, o El Mundo, também enfrenta problemas financeiros graves.

Em março Seattle amanheceu sem um dos seus principais diários, o The Post Intelligencer (que faliu após 146 anos); no final de 2008 a Tribune Company, segundo grupo midiático dos EUA (proprietário do The Baltimore Sun) foi a nocaute; ainda nos EUA, a Gannett Company – proprietária de 85 diários – eliminou mais de 8 mil postos de trabalho entre 2007 e 2008.

A lista continua e é longa: a empresa que publica o USA Today (diário de maior circulação no EUA) demitiu mil trabalhadores em agosto de 2008; em janeiro de 2009 faliu o The Star Tribune de Minneapolis; na Argentina o grupo La Nación fechou uma revista e começa a demitir.

O que há de comum nesses casos? A jornalista enumera: diminuição de anunciantes, queda das ações, das vendas e leitores.

Por enquanto a estratégia parece ser migrar para o “online” e cobrar pelo conteúdo.

Recentemente a The Economist também trouxe um artigo a respeito do assunto (lembrando que na Inglaterra 70 jornais locais faliram em 2008 e que São Francisco, na Califórnia, pode ser a primeira das grandes cidades americanas a ficar sem um jornal de circulação diária…).

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Pesquisa mostra uso do Twitter nos EUA

11% dos americanos que estão online usam o Twitter ou algum serviço do gênero (como o Yammer).

O número está em uma pesquisa do Pew Internet & American Life Project.

O uso é mais intenso na faixa etária que vai de 18 a 34 anos (20% usam) e decai entre os que estão acima de 34 (para 10%).

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Pensamentos sobre “o fato” nos tempos atuais

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Imagem: f/508

Um aspecto em aberto no mundo virtual é o da qualidade da informação. Os erros estão disponíveis em abundância na internet.

 Daí que um dos objetivos deste blog é testar a possibilidade de, a um ritmo quase diário (mania de jornalista), “postar” informações que sejam, ao mesmo tempo, interessantes e factíveis. Uma preocupação é sempre indicar a fonte da informação – e que esta seja, é claro, de confiança.

Neste sentido registro duas notas sobre a Wikipedia.

Recentemente, a enciclopédia online “matou”, precipitadamente, um político americano, conforme saiu no jornal Independent.

No livro 1808, o jornalista Laurentino Gomes escreve que, em meados de 2006, a Wikipedia registrava incorretamente a data de partida da família real portuguesa para o Brasil – 7 de novembro de 1807, em vez de 29 de novembro de 1807 (veja na página 24).

E por aí vai.

Já os jornais impressos, abusam do condicional, o noticiário está repleto de “seria”, “estaria”, “teria”. Já repararam? Uma espécie de reino do João-sem-abraço, no qual o leitor é quem sai perdendo (tempo e dinheiro).

Esta é uma questão que me inquieta: como recuperar o fato (no sentido “daquilo que aconteceu”)?

Na era digital, me parece que o fato perde, cada vez mais, importância – tal a quantidade de informação disponível, o fato perde-se em múltiplas versões, sucessivos “cortar e colar”.

Uma solução – em busca de fatos – poderiam ser os livros. Mas isto também não é garantido. Pesquisando recentemente em bibliotecas sobre um personagem do século XIX, encontrei diferentes versões para informações simples, como o nome completo da pessoa, local de moradia, local de nascimento etc.

Não é porque está no livro que é verdade. Autores se copiam, ao longo dos anos, entre si, e nem sempre se preocupam se estão ou não passando adiante informações precisas. Em se tratando de História, isto é problemático; por mais que a História seja, de certo modo, uma “fantasia organizada”, esta precisa estar calcada em fatos.

Bom, talvez seja que, no fundo, nada mudou: recuperar fatos foi e é uma tarefa penosa.

A diferença é que agora há muito mais joio e trigo a serem separados – um erro (acidental ou não) que antes ficava arquivado em uma prateleira durante anos, agora ganha o mundo na velocidade do pensamento. Para o bem e para o mal….

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The Economist pergunta: ricos devem pagar mais impostos?

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Imagem: The Croopier 

O site da revista The Economist está com uma enquete interessante. A pergunta é: os ricos deveriam pagar mais impostos para reduzir as desigualdades sociais? A votação online – que por ora segue empatada – vai até o dia 17 de abril (para votar é necessário fazer cadastro).

Vale a pena dar uma olhada nos vários artigos de opinião à disposição na página (contra e a favor, em inglês) – iluminam um debate atual.

Em sua versão impressa, a revista lembrou, recentemente, que aumentou a diferença de renda nos EUA nos últimos 30 anos: em 1979, 0,1% dos americanos mais ricos tinham renda 20 vezes superior à dos 90% mais pobres; em 2006, essa diferença pulara para 77 vezes (fruto, diz a revista, entre outros, da “financeirização” da riqueza – ou, nas minhas palavras, do milagre da reprodução de derivativos). Este fator – bem como a recente crise, cuja conta produzida por financistas (ricos) é paga pelos contribuintes – alimentaram, sugere a revista, o ressentimento contra os “ricos” de modo geral.

Enfim, um bom debate.

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